Operação Abaporu (Percent for art)
Émyle Daltro
PhD in Art from the University of Brasília (UnB)
Operation Abaporu (Percent for art), 2007
XXIV Young Art Salon, Folha 3, Folha do Estado
A security guard weighing over a hundred kilos, with his face closed and arms crossed. In front of him is a desk, on top of which are wads of cash, a Mauser pistol, cell phones, the sheet with the news and a pair of black panties.
When we approached, intimidated by the scene, the security guard kindly offered us the seized money.
Irony, a parody, as in a traditional seizure, the table is set up with the seized products, working with the iconography of the images present in police notebooks.
For the critic Kátia Canton, “the insertion of contemporary art in a situation of clash between a sincerity sought by the artist and a cynicism, which appears as disbelief in prevailing values and in this perspective, a parodic attitude emerges, used as a strategy to control and recreate a reality, detailed by the hands and thought of the artist,” is a current trend.
In addition to the visuality, the concept, the cedulas seized do not express values but percentages, 1%, 1.5% and 2%, a reference to the proposed percentages for art in the most diverse legislation, which in Brazil means a significant increase in the budget for art, the characters stamped are plastic artists, including the author himself.
The installation proposes a reflection on quantity and quality. How much should be invested? And in what?
In the installation, the money was being used to finance the cultural industry and was seized, but in the details we can see issues such as clientelism, cultural short-sightedness, the rights of the author, the value and meaning of art for society, censorship and self-censorship, etc.
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Émyle Daltro
Doutora em Arte pela Universidade de Brasília (UnB)
Operação Abaporu, 2007
XXIV Salão Jovem Arte, Folha 3, Folha do Estado
Operação Abaporu, 2007
XXIV Salão Jovem Arte, Folha 3, Folha do Estado
Um segurança de mais de cem quilos, de cara fechada e braços cruzados. Em sua frente uma escrivaninha, em cima da mesma, maços de dinheiro, uma pistola Mauser, celulares, a folha com a notícia e uma calcinha preta.
Quando nos aproximamos, intimidados pela cena, o segurança gentilmente nos oferece o dinheiro apreendido.
Ironia, uma paródia, como numa apreensão tradicional, é montada a mesa com os produtos apreendidos, trabalhando-se a iconografia das imagens presentes nos cadernos policiais.
Para a crítica Kátia Canton, “a inserção da arte contemporânea numa situação de embate entre uma sinceridade buscada pelo artista e um cinismo, que aparece como descrença nos valores vigentes e nessa perspectiva, surge uma atitude paródica, utilizada como estratégia para controlar e recriar uma realidade, detalhadamente construída pelas mãos e pelo pensamento do artista”, trata-se de uma tendência atual.
Além da visualidade, o conceito, as notas apreendidas não expressam valores e sim percentuais, 1%, 1,5% e 2%, percentuais propostos para a arte nas mais diversas legislações, o que no Brasil significa um aumento significativo no orçamento para arte, os personagens estampados são artistas plásticos, inclusive o próprio autor.
A instalação propõe uma reflexão sobre quantidade e qualidade. Quanto deve ser investido? E, em quê?
Na instalação o dinheiro estava sendo usado para financiamento da indústria cultural e foi apreendido, mas nos detalhes percebemos assuntos como o clientelismo, a miopia cultural, os direitos do autor, o valor e o significado da arte para a sociedade, a censura, a autocensura etc.
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