Dan Pelegrin

Ao nu, revelamos cores, dobras, volumes e texturas dos nossos corpos. “Tude nude”, a seu modo, desvela que a imagem do corpo nu é matéria do trânsito e da transformação. Fruto do trabalho de seis artistas que residem e produzem em Fortaleza, a exposição acentua o nu como força de passagem e de remontagem da figura humana às vezes atravessada por forças animais, vegetais pictóricas e míticas. Nas obras, que reúnem desenhos, pinturas e montagens digitais, você verá nus que se integram a biomas, compondo corpos a partir de formas vegetais e superfícies minerais; nus em que as cores expõem a vibração e a intensidade da intimidade erótica e as linhas desnudam a descoberta e o caos potente de ser-corpo; nus que produzem corpos míticos e, em diferentes escalas, nos fazem enxergar a monumentalidade do erotismo de homens-quase-centauros e mulheres-oceano. Fernando Pessoa escreveu, no Livro do Desassossego, que a nudez não é a revelação do corpo, mas da alma. Entendamos alma, então, como a subst...

  Com Galeria Absurda - www.casaabsurda.com.br De 2018 a 2024, a Galeria Absurda recebeu 13 exposições, entre coletivas e individuais de artistas visuais do estado do Ceará, que foram convidados para expor, nesse período transformamos a sala de estar da Casa Absurda em uma galeria de arte. Durante a pandemia (2020 a 2023) saímos da sala para o site e as redes sociais num projeto que chamamos de Galeria Absurda Virtual. Em 2024 a galeria reabriu e se prepara para sua terceira exposição. Apresentamos a individual de Dan Pelegrin, que mostra pela primeira vez em Fortaleza a exposição “Luk ti! Bena mi, Gee, Guará! Stum”, que surgiu após o artista criar uma série de personagens em 2009 e 2010, a partir de rabiscos rápidos, quase de olhos fechados. Esses personagens podem ou não ser associados a mitos, a religiões, a literatura daqui e dali - mas, colocados lado a lado, pode-se ver a singularidade das invenções. A produção é mais visual do que literária, o que reforça o vínculo com a ins...

O mundo nos chega através dos sentidos. São imagens, texturas, temperaturas, sabores, sons e odores que  atravessam a pele, dissolvem-se nas mucosas, tamborilam dentro de nós pequeníssimos ossos. Atiçam um universo de impulsos. Incorpóreas e indestrutíveis, até mesmo as ideias se traduzem em matéria sensível para emergirem na consciência. Dentro de nós, um outro mundo que olha, tateia, fareja e elabora. Que conecta e desconecta, e cria. Do atravessamento furioso, a arte. Nesta I Mostra Absurda de Artes Visuais, o som e a fúria do encontro entre dezoito artistas em sua diversidade e o mundo que os atravessa: Identidade, ancestralidade, resistências, confluências e a potência do cotidiano em sua contrabanalidade. Quise Brito Doutora em Estudos de Cultura Contemporânea (UFMT) Artistas:     AMANDA NUNES Primeiro Ato – O fim. 2023 Acrílica sobre tela. 80 X 60 cm ANA OCRE Philos, 2024 Cerâmica 22 X 35 cm CARLOS LOPES Viola de Cocho, 2002 Cerâmica 20 X 25 cm  DAN PELEGRIN...